quinta-feira, abril 04, 2013

Este é o tempo de florir



este
é o tempo
de florir

nos teus olhos


Carlos Cascalheira

terça-feira, abril 02, 2013

Como um pássaro

Foto Maria Poeiras

como um pássaro
de cores
vivas
pouso
nos teus olhos
de menina
abro-me à brisa
dou-me
ao vento
que sopra
nos teus olhos
nas tuas mãos
quero ser barco
quero ser ave
e em liberdade voar

O maltês

sexta-feira, março 29, 2013

acordo

acordo

no silêncio da manhã
de cinzento
tingida

apenas
nas pétalas dos teus olhos
encontro vida
e o brilho dos cristais
mais raros

terça-feira, março 26, 2013

encanto-me na simplicidade dos dias nas flores que nascem sem tempos definidos que não os da natureza encantam-me as flores da esteva trazem-me em silêncio o brilho dos teus olhos O maltês

sábado, março 23, 2013

quando um dia vieres traz-me lilases nas mãos mesmo sabendo que não fui eu quem inventou o amor O maltês

segunda-feira, outubro 11, 2010

Barcos de Lua


Barcos de Lua fazem-se ao mar
De sonhos
Desfraldados ao vento
Abrem na bruma rasgada
Caminhos
Na esteira do Sol
Rumo ao cais dos sentimentos

Barcos de Lua

Barcos de Lua fazem-se ao mar
De sonhos
Desfraldados ao vento
Abrem na bruma rasgada
Caminhos
Na esteira do Sol
Rumo ao cais dos sentimentos

quinta-feira, novembro 12, 2009

Mãos que tocam



Mãos que te tocam
Mãos que me tocam
Mãos que se tocam
As minhas mãos
As tuas mãos
As nossas mãos
Juntas
As mãos
Percorrem suavemente
Os rios
Linhas de água
Que os dedos descobrem
Na sensualidade
Dos corpos
Nus
Dos amantes
As mãos tocam
As minhas mãos…
As tuas mãos
As nossas mãos….
Desbravam
Calmamente
Os corpos
Criam tempestades
E arrepios de pele
As tuas mãos
As minhas mãos
As nossas mãos
Tocam
As melodias dos corpos
Nus …

O maltês

segunda-feira, julho 20, 2009

O Acordar das Papoilas


Quando o tempo te parar nos braços
Acorda as papoilas adormecidas
No peito dos Homens apaixonados
Soltam-se aves, poemas e velas
Suspirando pela brisa das manhãs claras

O maltês

domingo, junho 14, 2009

A flor do sonho


És tu a flor do sonho que trago na flor da pele
O sal do mar flor de Sol que aconchego no peito
Concha de Lua que abraça as searas
És tu flor de sonho que trago na flor da pele

segunda-feira, maio 18, 2009

Este é o tempo de lutar


Este é o tempo de acordar
É o tempo de dizer não
É o tempo de dizer basta!
É o tempo de existir, de estar, de ser
É o tempo de estar presente
Este é o tempo de acabar com os Homens esquecidos
É o tempo de acabar com os Homens abandonados
Este é o tempo de lutar
É o tempo de cortar amarras e algemas
Este é o tempo de acreditar, é o tempo de querer
Este é o tempo de abrir as asas e voar
Este é o tempo em que a besta se revela e os abutres de bico aguçado
Se aliam às feras de garras aguçadas
Para comer a carne dos Homens e lhes sugar o sangue de que se alimentam
Sim é possivel tranformar o tempo é possivel criar o tempo dos Homens

O maltês

terça-feira, maio 05, 2009

Paridos e criados ao deus dará


" Ninguém o ensinara, posto no mundo, não por amor ou por vontade, tinha que nascer simplesmente, ao pai ensinaram-lhe apenas a ter mulher para as lides da casa, à mãe ensinaram -na a ter homem que assegurasse o sustento e filhos para o inverno da vida, alguém que olhasse por ela.
Nasceu, sem medo da liberdade, o céu, era o horizonte mais próximo, como companhia as tertúlias do vento nos longos dias que se colavam às noites.
Hoje, respira o sopro silencioso dos pensamentos, distingue ao longe nos montes altaneiros, todos os pássaros e espera calmamente pelo dia em que terá que abandonar o seu refúgio, o seu território de intimidade."

Os gatafunhos são da XICA

Obrigado amiga, a esta escrita chamo olhares de gostar e de sentir, olhares de ver, estar e ser.
fica aqui um beijinho para a Xica.

quarta-feira, março 11, 2009


Vagabundos noctívagos
Poetas moribundos
Vagueiam
Estrelas caminhos
De barcos
De papel os sonhos
Encharcados da chuva
Desfazem-se
As folhas secas
Do Outono partem
Noite fora
O silêncio das aves
Trémulas na madrugada

O maltês

sábado, novembro 22, 2008

A Luz que resta


A luz que resta é o tempo do silêncio que amordaça os olhos dos Homens, onde as cores se perdem nos ciprestes e no uivo do vento sombrio e frio.
É a hora de estilhaçar o vidro que nos oprime a voz, é a hora de estilhaçar os dias e a fria mármore.
É este silêncio que nos cega e rasga a fogo.

Calem-se! Calem a fome e a morte!

Calem o silêncio.

terça-feira, novembro 11, 2008

Do pó e do nada que somos


Do pó e do nada
que somos

renasce o verde
a esperança

Renascemos diariamente
do pó e do nada que somos

daquilo que o vento varre
daquilo que o vento junta

somos folha somos arvore
estátua fria e inerte

somos verde somos Sol
natureza viva paixão

somos artista e arte
nascidos do muito e do nada

criadores de telas de poemas
de melodias e sonhos

Somos seres perfeitamente
imperfeitos

somos...

amantes amor carinho amigos
dedicação

somos tudo e nada
o que o vento varre o que o vento junta

somos tudo o que a chuva humedece
e o calor faz germinar

Somos sentimento e carne
fusão desejo e ternura

corpos suados pela madrugada...

domingo, outubro 28, 2007

Cântico à terra arada


Lavrei a terra
Corpo de mulher

Ó terra amada

Canção proibida

Ó terra arada

Fecundada de sonhos

Ò terra amada

Canção proibida

Ó terra arada

Lavrei-te com as mãos

Secas
cheias de nada

Gastas do tempo
cheias de nada

Canção proibida

Ó terra arada,
Ó terra amada
Ò terra arada
Ó terra amada…

quarta-feira, junho 07, 2006

Descanso à sombra dos beirados
Olho as marcas
do tempo
em cada pincelada de cal
Voo para onde o céu é mais azul...

sexta-feira, dezembro 02, 2005

O silêncio dos sonhos

Em silêncio solto sonhos
lá fora a chuva cai
devagar
soltam-se lágrimas de saudade
guardadas entre as páginas
deste livro que folheio
calmamente
no mais profundo de mim
essência de pétalas e de mar
perfumes guardados no tempo
dos meus dias
recordo afectos partilhados
caminhos percorridos lado a lado
como girassóis floridos
em tempo de Primavera
hei-de amar-te a vida toda

terça-feira, outubro 25, 2005

Renascer

Com a chuva
volta o cheiro da terra
molhada
o verde das searas
e os campos floridos.

Tu plantarás sonhos
em todas as Primaveras...

sábado, agosto 27, 2005

Cais de Chegada

Um dia partirei cavalgando tempos
sem fim...

Navegarei nos sete mares

Contarei sete Sóis e sete Luas
Cortarei sete vagas e sete noites...

Guiar-me-ei por estrelas e constelações

Ficarão para trás alguns cais de chegada...
e de partida... onde atraquei.

Descobrirei novos caminhos, e novos portos...

Com a Alva vem a madrugada, colorida pelo Sol,
pincelada de azul... e de sonhos...

Aguarela dum tempo sem fim...
Onde descubro um porto de abrigo.

Cais de chegada.

terça-feira, agosto 09, 2005

Quando os teus olhos me sorriem...

No rio
dos teus olhos
corre um mar
Onde guardas
os sonhos,
as flores de girassol
e as rosas... vermelhas

quarta-feira, março 23, 2005

Liberdade

Que se quebrem as algemas
e se soltem os poemas
dos teus lábios
brotam flores ou beijos
ou sonhos.
Que se vá o sal dos olhos
dos amantes e renasça
a esperança dos dias tranquilos
e manhãs claras
onde fumegantes águas
calmas deslizam em silêncio.
Hoje não me apetece acordar
neste leito vazio habitado de saudade
serei água e caminharei ao teu encontro
Liberdade.

domingo, dezembro 26, 2004

Sonhos na Madrugada

Chovem sonhos na madrugada
O Sol desperta o silêncio

Lentamente

Bandos de aves soltam as asas
Entornando cantes sobre a aurora

Suavemente

Correm rios num leito fumegante
Malmequeres desabrocham pétalas

Enternecidas

Papoilas lançam sorrisos
Aos viajantes do tempo

Apaixonados

Corações palpitam a hora
A que as fontes soltam seus fios de água

segunda-feira, novembro 29, 2004

Dedilho-te

Dedilho letras e palavras
Mares, marés e sóis...
O cante das aves e das cigarras...
Dedilho rios e sonhos
Estrelas, luas e pequeninas nuvens...
Afectos e pétalas...
O teu sorriso e o brilho dos teus olhos
São como as papoilas
Flores bonitas que salpicam as searas
Campos de carinho que cultivas
Onde me sinto água fresca e límpida
Que tranquilamente corre para o mar
Onde tu és estuário
Eu serei rio
Onde as águas calmas se encontram
E os rios sabem a mar
Dedilho letras e palavras
Mares, marés e sóis...
Dedilho-te
Como se o teu corpo fosse uma guitarra...
E dele se soltassem gemidos...
Trinados em Sol...
Sustenido